FY Visita: Cidinha
2023-11-03
Formada em medicina, Cidinha Ikegiri logo enfrentou os desafios e estresses inerentes à profissão. No entanto, uma paixão enraizada por moda e arte a fez questionar se ela poderia encontrar um ponto de conexão entre a profissão que escolheu e temas mais artísticos.
Fernanda Yamamoto: Pode nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional e por que escolheu a medicina, especialmente a ginecologia?
Cidinha: Eu me formei em medicina em 2011 e realizei minha residência em ginecologia obstetrícia. Além disso, fiz especializações em medicina fetal e medicina do esporte. Em pouco tempo, a intensa rotina da medicina me levou a enfrentar um burnout, e foi nesse momento que encontrei no esporte uma maneira de aliviar a pressão e equilibrar minha vida.
FY: Como você iniciou sua história como criadora de conteúdo?
Cidinha: Minha trajetória como criadora de conteúdo teve início quando comecei a compartilhar minha vida como médica nas redes sociais. Inicialmente, eu mostrava os desafios enfrentados na profissão e como o esporte desempenhava um papel fundamental em minha busca por uma vida mais saudável. Conforme interagia com as pessoas, passei a explorar não apenas temas relacionados à saúde e ao bem-estar, mas também aspectos do meu estilo de vida.
Através da internet, consegui criar um espaço único na rotina de uma profissão muito engessada, conectando-me com temas que sempre me apaixonaram, como arte, moda e viagens. Essa abertura trouxe inúmeras oportunidades, permitindo-me conhecer pessoas incríveis e vivenciar experiências que eu jamais imaginaria ter em algum momento da minha vida. Hoje, além de ginecologista, eu crio conteúdo na internet. Trabalho muito em conexão com outras mulheres a gente divide as nossas dores, as nossas dificuldades. É um lugar de troca, uma comunidade bem legal.
FY: Qual a importância da moda para você? Acredita que a moda seja uma importante forma de expressão?
Cidinha: Considero a moda uma forma poderosa de expressão, pois somos seres visuais e transmitimos informação por meio de nossa aparência também. Eu sempre tive um estilo de vestir único. Muitas pessoas me diziam que eu não tinha "cara de médica" ou que não me vestia como uma. Minha resposta era simples: eu sou mais do que apenas uma médica, sou uma pessoa que tem gostos e referências diversas.
A maneira como nos vestimos diz muito sobre quem somos, nossas origens, nossas crenças. Eu mesma tenho uma mistura de influências, com minha mãe sendo cearense e meu pai japonês, o que me aproximou muito da rica cultura japonesa. Para mim, a moda é uma expressão artística que transcende roupas, é a extensão de nossa identidade.
FY: Como você conheceu a marca Fernanda Yamamoto e o que mais chamou sua atenção nela?
Cidinha: Conheci Fernanda Yamamoto por meio de uma paciente. Quando visitei a loja, fiquei encantada com a marca. Ela possui um DNA japonês, que estava alinhado com minha busca por resgatar minhas raízes ancestrais. As roupas têm corte e caimento excepcionais, uma qualidade incrível e a mensagem que eu vinha buscando.
Pouco tempo depois de conhecer a marca, viajei ao Japão e percebi que o estilo da Fernanda Yamamoto se assemelha muito à moda japonesa em termos de corte, caimento e design. A marca traz um pouco do Japão para o Brasil, apresentando uma perspectiva única da moda que valoriza a arte no vestuário, em vez de focar em roupas apertadas que objetificam o corpo feminino. Isso me atraiu bastante. Acredito que podemos ter um estilo único e interessante ao escolher roupas que fogem do convencional.
Fotos: Pérola Dutra @peroladutra
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