FY VISITA: ISA BERENICE

FY VISITA: ISA BERENICE

2021-08-20

Ela já foi pintora, joalheira, esmaltadora e até cantora (!). viajou os quatro cantos do mundo garimpando e aprendendo técnicas locais de trabalhos manuais, e hoje está à frente do fio maravilha, um ateliê aberto que se propõe a difundir o conhecimento através do compartilhamento.

Fernanda Yamamoto: Isa, você sempre teve o seu ateliê de criação, onde inclusive desenvolveu por muito tempo peças comerciais para diversas marcas de moda. Em que momento decidiu abrir o ateliê como um espaço de conhecimento?

Isa Berenice: Eu vi a minha bisavó, os meus avós, os meus pais, todos envelhecerem, e não queria aquilo pra mim, não queria ficar isolada no meu ateliê dentro de casa. Então, aos 50 anos, tracei o grande plano para a minha “aposentadoria”: viabilizar um espaço criativo que pudesse me manter cercada de pessoas com interesses em comum, com quem eu pudesse aprender e trocar até o fim da minha vida! O Fio Maravilha é o fruto deste projeto.

Fernanda Yamamoto: Temos em comum o fato de acreditarmos em ateliês que valorizam a criação através do compartilhamento de ideias e experiências. De que forma a sua vivência torna este espaço tão singular?

Isa Berenice: Tenho consciência do enorme privilégio que tive na vida de conhecer as mais diversas técnicas nos mais diferentes lugares. Agora, quero poder devolver tudo que aprendi destas culturas ensinando aos outros que não tiveram a mesma oportunidade. As minhas especialidades são o Goldwork (técnica de bordado do Leste Europeu) e o Beadwork, mas sempre trago professores, inclusive estrangeiros, para dar os cursos mais inusitados dentro do universo da costura e do bordado.

Fernanda Yamamoto: Você foi a nossa primeira cliente, e até hoje é uma das mais fiéis consumidoras da marca. Quais características do nosso trabalho despertaram o seu interesse e o mantém até hoje? 

Isa Berenice: O seu trabalho tem um pensamento, costumo dizer que você é uma arquiteta da roupa: as peças têm um projeto, e a cada coleção eu vibro e entendo a sua proposta. A pesquisa de materiais, o desenvolvimentos dos tecidos são inacreditáveis. A coleção com as rendeiras do Cariri, por exemplo, é memorável tanto no sentido técnico quanto humano. E eu, particularmente, tenho horror à essa moda generalizada de sair de jaqueta e legging para passear. Daí vejo que vocês vão na direção oposta com muita segurança e apresentam possibilidades para as mulheres expressarem a sua individualidade através de suas camadas, nos permitindo ser feministas e (muito) femininas ao mesmo tempo. 

 

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