FY Visita: Maria Claudia Bonadio

FY Visita: Maria Claudia Bonadio

2024-12-06

Nesta edição do projeto FY Visita, conversamos com Maria Claudia Bonadio @mariacbonadio, Bacharel, Mestra e Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Autora dos livros "Moda e Sociabilidade: Mulheres e Consumo na São Paulo dos anos 1920" (2007) e "Moda e Publicidade no Brasil dos anos 1960" (2014), também organizou as obras "História e Cultura de Moda" (2011) e "Histórias do Vestir Masculino" (2017).

Em 2004, enquanto finalizava seu doutorado, foi convidada pelo Senac para atuar no mestrado em Moda, Cultura e Arte, onde lecionou também na graduação até 2013. Desde então, integra o corpo docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde ministra aulas no bacharelado em Moda e na pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens e também em História.

Fernanda Yamamoto: Você é bacharel, mestra e doutora em História. Como começou seu interesse pela história da moda?

Maria Claudia: Sempre vi a História como um campo com múltiplas vertentes que me atraem. Desde o início, me interessei por temas como relações de gênero, sexualidade e consumo. Com o tempo, utilizei as ferramentas da História para estudar o que realmente me motiva. Foi nesse contexto que cheguei à moda, já que a primeira coisa que percebemos em alguém é a aparência. Meu interesse inicial pela moda surgiu daí, embora eu venha explorando diferentes aspectos desse tema ao longo dos anos.

FY: Quais temas são abordados nos dois livros que você lançou recentemente?

Maria Claudia: O Pílulas de História da Moda é resultado de um perfil que criei no Instagram durante a pandemia @historiadamoda.ufjf, inicialmente para entreter meus alunos. Esse perfil acabou se transformando em uma plataforma de divulgação científica e, posteriormente, no livro. Já o História e Historiografia da Moda explora novos temas dentro da história da moda, abordando questões que ainda são pouco discutidas.

FY: Seu perfil no Instagram é uma maneira de tornar seus estudos mais acessíveis?

Maria Claudia: Acredito que o conhecimento científico deve ser acessível a todos. Não faz sentido falar apenas para uma bolha, usando uma linguagem que poucos compreendem. A ideia do perfil no Instagram é justamente democratizar o conteúdo produzido na Academia, oferecendo informações de qualidade, feitas por especialistas, de uma forma simples e rápida, para que todos possam entender.

FY: O que mais desperta seu interesse no trabalho da marca?

O que mais me impressiona é o uso criativo da modelagem. Não é uma modelagem tradicional, e ela veste muito bem corpos diversos. Também admiro como ela reutiliza tecidos de coleções passadas, praticando o upcycling, mostrando que o novo não precisa ser necessariamente novo. Suas roupas são atemporais, com conforto, qualidade e durabilidade, o que é uma marca registrada do trabalho dela.


Além disso, a equipe que trabalha com a Fernanda está com ela há muito tempo, o que demonstra a valorização dos profissionais. Isso é uma coisa importante para a gente considerar nas marcas hoje em dia, num momento de precarização. A roupa veste bem em todos os sentidos, ela acolhe teu corpo e acolhe você.

 

 

#FERNANDAYAMAMOTO #SLOWFASHION #historiadamoda

 

 

fotos: Claudia Fugita
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