ARTE NA MODA: MASP RENNER
2024-07-14
O projeto MASP Renner começou em 2017 e, ao longo de 3 temporadas, teve curadoria de Adriano Pedrosa, Leandro Muniz e mais 3 curadoras adjuntas — Patricia Carta, Lilian Pacce e Hanayrá Negreiros. A exposição Arte na Moda: Masp Renner mostrou as 78 peças das 26 duplas de artistas e estilistas convidados.
“Desde o começo da instituição do museu, no final dos anos 40, o MASP tinha a ideia de ter uma coleção de moda”, diz Leandro Muniz, curador assistente do MASP. A Coleção MASP Rhodia, com roupas produzidas por artistas e costureiros brasileiros dos anos 60, foi o ponto de partida para o projeto MASP Renner, como forma de expandir a coleção de moda do museu.
A convite de Hanayrá Negreiros, a Hana, participamos da terceira temporada do projeto Masp Renner com a artista Lidia Lisbôa e criamos 3 peças que ficaram expostas ao público.
“Acho importante pensar moda no contexto museológico, onde a gente consegue expandir essas possibilidades com uma roupa. Podemos ver isso claramente nessa exposição. Roupas mais escultóricas, roupas que não poderiam ser vestidas no dia a dia”, diz Hana, curadora, historiadora e escritora.
E completa: “A terceira temporada tensiona os limites entre moda, artes visuais, escultura”.
Aqui o trecho de uma conversa recente que tivemos no ateliê de Lidia, relembrando nosso primeiro encontro, em meio a obras suas em crochê, esculturas e quadros:
Lidia Lisbôa:
– Eu fiquei enlouquecida quando o Adriano Pedrosa me ligou e disse que eu faria a terceira temporada com a Fernanda Yamamoto.
Fernanda Yamamoto:
– A Hana foi quem nos convidou e falou dessa parceria. A gente ainda não se conhecia, né?
Fernando Jeon:
– Tinha uma mostra individual sua lá na galeria Millan
Lidia Lisbôa:
– Vocês foram os primeiros a chegar (risos)
Saau Tomaz:
– Lembro que logo na entrada tinha uma obra sua, uma Teta. Nós três paramos e ficamos assim, admirando...
Fernando Jeon:
– Na mesma hora falamos “a gente vai começar por esse”
E assim nasceu a ideia da primeira peça: a Noiva. Para sustentar o peso do crochê, criamos uma estrutura de barbatanas revestidas com tecido.
Nas 3 peças, todas em tons de branco, temos o contraponto de leveza e peso.
Leveza na estrutura vazada, no uso de tecidos translúcidos como a organza de seda e o tule. E peso no crochê com tiras de tecido em pontos amplos, nos bordados maciços com botões – ambos elementos presentes nas obras de Lidia.
Em comum, podemos dizer que tanto Lidia como a marca Fernanda Yamamoto valoriza o fazer manual, o processo e a experimentação com diferentes materiais e texturas que dão forma as nossas criações.
Registros da pré-abertura da exposição com a presença de amigos e equipe do ateliê:
Foram muitas mãos habilidosas que produziram, costuraram e bordaram as peças criadas em colaboração com Lidia. Como forma de agradecer e valorizar o trabalho de cada um, organizamos uma visita guiada à exposição para nossa equipe com o curador Leandro Muniz:
Em outra ocasião, levamos um grupo de clientes da marca para uma visita guiada com a presença dos criadores: Lidia Lisbôa e os estilistas da marca Fernanda Yamamoto, Fernando Jeon e Saau Tomaz, além de Leandro.
Cada um apresentou suas reflexões sobre o trabalho coletivo e o fazer manual das peças, que refletem tanto os processos do ateliê como as obras de Lidia.
"São peças que foram feitas para o acervo do MASP, uma coisa inédita. A moda tem essa força, esse frescor. Uma exposição de moda num museu como o MASP é um marco" diz Fernanda Yamamoto.
Abaixo uma pequena seleção de duplas de artistas e estilistas que participaram da exposição:
Ibã Huni Kuin e Ronaldo Fraga
Sandra Cinto e Lucas Magalhães
Jaime Lauriano e João Pimenta
Vivian Caccuri e Francisco Costa
Sonia Gomes e Gustavo Silvestre
Randolpho Lamonier e Vicenta Perrota
Aline Bispo e Flavia Aranha
Larissa de Souza e Diego Gama
Além da exposição, que encerrou em junho, há também um catálogo com fotos e textos de todos os trabalhos produzidos, à venda na loja do museu.
Por fim, aproveitando a temática da exposição, nosso projeto FY Visita de maio foi com os curadores Hanayrá Negreiros e Leandro Muniz. Para ler a íntegra da nossa conversa, clique aqui.
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